Garatujar

A cerca de 15 dias na tabu do Sol (29 Maio), dizia-nos o Juiz desembargador Ricardo Cardoso que a “situação da justiça é a pior de sempre” , fala quem sabe da coisa.
Diz ainda o Juiz, a justiça tornou-se um estorvo “salvo para os honestos e ofendidos. O nosso imposto mais alto é a corrupção”.

Penso já ter ouvido isto antes, não me lembro bem na boca de quem, talvez do actual bastonário Marinho e Pinto, bom, adiante.

Ontem o Sr. Procurador-Geral da nossa República veio anunciar (e confirmar) publicamente que “a justiça não funciona bem”, garantindo que “pelo menos tem uma grande qualidade: é uma justiça independente do poder político”.

É? É mesmo? Será?

Mas de que justiça estaria o Procurador-Geral a falar?

Que a justiça em Portugal não “funciona” já nós sabemos à muito, não precisamos de confirmação desse facto por Procuradores, Juízes e Bastonários (embora seja positivo que o façam).

 O que não entendi bem é de que Justiça estaria o Sr. Procurador-Geral a falar, é que penso que existe uma justiça que funciona “demasiado bem”, sempre no mesmo sentido, é certo, mas funciona! E essa é a justiça dos ricos e poderosos, funciona sempre, embora seja unidireccional quer dizer, funciona sempre no mesmo sentido, tem sempre sentido único… Mas funciona.

O curioso desta entrevista dada pelo Procurador-Geral ao Expresso e a SIC, é que (na politica, e pelos vistos não só) habitualmente estas entrevistas -e suponho que esta é um exemplo disso mesmo- servem para justificar o injustificável.

Uma justiça que não funciona bem nunca poderá ser chamada de “justiça”, poderá ser uma outra coisa qualquer, mas justiça não será!

Tags: Procurador-Geral

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