Garatujar

Sempre que se liberaliza qualquer serviço em Portugal, já sabemos o resultado, é óbvio.

A liberalização em Portugal tem um sinonimo relativamente diferente (somos um povo diferente), não vem no dicionário clássico. Liberalizar em Portugal, quer dizer carta branca ou autorização para aumentos (quer dizer, roubar à descarada e com autorização), sempre foi assim e agora não será diferente. Foi assim com os combustíveis, foi assim com o gás, e vai ser assim com a electricidade. Liberalização em Portugal quer dizer "aumentos". Isto porque as entidades reguladoras não regulam, não funcionam, não controlam, em suma não regulam nada, apenas se limitam a dizer "ámen" às entidades que deveriam regular e fiscalizar.

Após seis anos de irresponsabilidade económica vem ai a irresponsabilidade privatizadora e liberalista, que a realizar-se o óbvio nos vai custar muito dinheiro (em aumentos evidentemente).

A EDP não só não deveria ser privatizada, como o Estado deveria reforçar a sua presença na empresa, agora que acabaram as "acções-douradas". Até aqui a EDP era  considerada empresa estratégica para o estado português, parece que os Angolanos estão de olho na mesma, e parece que passará e continuará a ser empresa estratégica mas Angolana. Enfim, coisas de neo-liberalismo desenfreado e selvagem.

Já todo mundo se esqueceu do que originou a crise mundial em Julho 2008; pouca ou nenhuma regulação, deixando tudo ou quase tudo a regulação natural dos mercados, e deu no que deu... Os mercados não se auto-regulam, apenas pensam e tem como fim os lucros, independentemente de destruírem uma empresa ou destruírem um país, o lucro vale tudo, o lucro para os investidores está acima de tudo.

Assim prevê-se que com este governo teremos uma politica de (des)governo ultra-liberal  vendido aos mega-interesses corporativos e seus lobbys, com a ajuda evidente, conveniente e conivente da chamada troika.

Sabemos o que nos dizem os livros; destruir, desgovernar, empobrecer para depois poder "impor" as medidas ditas necessárias e imperiosas, apresentadas sempre como medidas de salvação nacional, evidentemente sempre às custas dos mesmos. A palhaçada do costume, os políticos já não demonstram qualquer imaginação, a coisa repete-se, repete-se, repete-se....

Mostrem por favor alguma imaginação (e já agora competência, não repitam sistematicamente a cartilha gasta e habitual), e respeito pelas pessoas e pelos contribuintes!

A palhaçada continua...

Primeiro privatiza-se o prejuízo, os biliões em falta no BPN andam por ai satisfeitos a passear-se e a render em off-shores (e nós a paga-los em suaves prestações mensais), e agora "oferece-se" (o oferece-se aqui tem o significado de oferta) o banco aos Angolanos. Tudo isto é uma autentica parodia, diria mesmo uma autentica palhaçada, uma vergonha.